Nesta terça-feira, dia 29 de abril, segundo dia do treinamento de combate a incêndio florestal, os participantes foram divididos em três grupos de brigadistas e realizaram atividades práticas em campo, na Mata de Santa Genebra. A ação é realizada pela Fundação José Pedro de Oliveira (FJPO), gestora da ARIE Mata de Santa Genebra, em parceria com o Núcleo de Gestão Integrada (IPERÓ) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO).
Na programação de hoje, os inscritos foram divididos em três grupos e participaram de uma atividade prática considerada muito importante pelos monitores. O início foi marcado por uma caminhada até a área previamente preparada, onde foram abertos aceiros (áreas de onde a vegetação é retirada para evitar a propagação do fogo) com o auxílio de um trator, ao redor do local destinado à queima controlada. Ao chegarem lá, o grupo descansou em uma área sombreada, onde também fizeram a limpeza do solo para reduzir o risco de animais peçonhentos.
Para monitorar as condições do vento, eles improvisaram uma biruta usando um facão, caule de Leucena (uma árvore exótica invasora) e um saco plástico na ponta, que indicava as mudanças na direção do vento em tempo real. Depois, todos os grupos fizeram uma vistoria na área de treinamento, garantindo que tudo estivesse em ordem.
Na sequência, os batalhões com enxadas e rastelos criaram uma faixa de aceiro com solo mineral, sem cobertura, ao redor da área, ajudando a prevenir a propagação do fogo. Por fim, eles praticaram o manejo controlado do fogo, usando abafadores para apagar as chamas e, em uma etapa final, utilizando o caminhão-tanque para lançar água e extinguir as chamas provocadas durante o treinamento.
Os organizadores do treinamento consideram a tipo de capacitação é fundamental para garantir que os brigadistas estejam prontos para atuar com segurança e eficiência em situações reais de combate a incêndios florestais.
A capacitação é ministrada por Fernando Augusto Tizianel, chefe do Núcleo de Gestão Integrada, envolvendo aulas teórica e prática, na sede da FJPO. Os encontros abordam temas essenciais para a prevenção e o combate a incêndios, como exercícios práticos de campo em combate a incêndio florestal. Para a atividade prática, é obrigatório o uso correto de equipamentos de proteção individual (EPIs), obediência às normas de segurança, manutenção de ferramentas, conhecimento sobre o comportamento do fogo, além da realização de formação de brigadas, técnicas de combate terrestre e aéreo.
Sobre a Mata
A Mata de Santa Genebra ocupa uma área de 251,77 hectares, o equivalente a 300 campos de futebol. É o maior fragmento florestal da Região Metropolitana de Campinas, e abriga uma grande diversidade de animais.
Esse fragmento de mata urbano é uma Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE). Sua gestão é compartilhada entre a Fundação José Pedro de Oliveira e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICM-Bio).
Somente do grupo de animais vertebrados, o local abriga 365 espécies, sendo 38 de répteis, 20 de anfíbios, 247 de aves, 56 de mamíferos e quatro de peixes. Quanto aos invertebrados (insetos, moluscos, aracnídeos, etc.) não há um valor definido. O grupo de invertebrados mais conhecido de Mata é o das borboletas, com 700 espécies identificadas.
Dentre os animais já identificados na Mata há alguns que estão na lista de espécies ameaçadas, como a onça-parda (Puma concolor), o gato-do-mato-do-sul (leopardos guttulus) e a jaguatirica (Leopardus pardalis).
Outras espécies, como o bugio-ruivo (Alouatta guariba), o macaco-prego (Sapajus nigritus) e diversas aves estão na lista de quase ameaçadas.
